
Acessibilidades no Porto de Setúbal: impactos positivos superam estimativas dos negativos, defende Ministra do Mar
Marítimo 22 Janeiro, 2019 Comentários fechados em Acessibilidades no Porto de Setúbal: impactos positivos superam estimativas dos negativos, defende Ministra do Mar 537O tema tem sido controverso: de um lado da barricada, as associações ambientais, do outro, a APSS, operadores portuários e o próprio Executivo – a melhoria das acessibilidades marítimas no Porto de Setúbal continua a dar que falar e hoje, na audição parlamentar na Comissão de Agricultura e Mar, a Ministra do Mar voltou a defender a importância e neutralidade ecológica do projecto, algo também já repetido pela líder da APSS, Lídia Sequeira.

Ana Paula Vitorino
Na Comissão, pedida pelo BE, Ana Paula Vitorino sustentou a tese de que o projecto de melhoria das acessibilidades marítimas no porto sadino têm mais impactos positivos do que negativos e são cruciais para a segurança e crescimento do porto. Segundo relatos da Lusa e do DN, a ministra explicou que não avançar com a empreitada implica condenar o porto sadino ao «refugo das frotas mundiais» – ou seja, a um downgrade significativo.
«O impacto positivo é muito maior do que as estimativas dos impactos negativos», comentou. Se não for feita [a melhoria nas acessibilidades], os portos não crescem e vamos ter a escalar no Porto de Setúbal o refugo das frotas mundiais», justificou a líder da tutela, respondendo às preocupações ambientais veiculadas pela deputada Joana Mortágua. A intervenção, lembrou a governante, «há que está planeada».

Lídia Sequeira
«Pretende-se receber navios maiores e que possa haver cruzamento de navios no canal do porto, uma vez que não tem largura suficiente para que os novos navios se possam cruzar», descreveu, repetindo a explicação já dada, na recta final de 2018, por Lídia Sequeira, durante uma das sessões de esclarecimento feitas em Setúbal, na qual a Revista Cargo marcou presença, cobrindo o evento ao detalhe.
A equação é simples, explanou Ana Paula Vitorino: piores e mais precárias acessibilidades conduzirão a uma incapacidade de receber os mais recentes navios, aqueles que, precisamente, respeitam com maior conformidade as novas regras ambientais definidas por organismos internacionais como a IMO ou mesmo a UE – navios novos equivalem a maior eficiência energética e menor agressividade ecológica.
Vincou também a ministra que a importância ambiental dos estuários foi sempre tida em conta durante a elaboração do projecto: «Os nossos estuários são zonas sensíveis e todas as intervenções têm que ser pensadas e têm que estar sujeitas ao mais rigoroso cumprimento da legislação nacional e comunitária», disse, recordando o facto de o tema ter estado em em consulta pública (entrou nessa fase ainda em 2017) e sujeito a afinações.
Com Lusa e DN