
Escassez global de contentores inflaciona custos e pressiona exportadoras portuguesas
Marítimo7 Janeiro, 2021Comentários fechados em Escassez global de contentores inflaciona custos e pressiona exportadoras portuguesas810O problema foi avolumando-se no decorrer do conturbado ano de 2020 e continua, já em 2021, a persistir, provocando repercussões em cadeia em todo o fluxo logístico global: a escassez de contentores para o transporte de mercadorias vem provocando um aumento dos preços deste tipo de equipamento, prejudicando directamente as exportadoras portuguesas; os portos de Lisboa e Setúbal estão entre os mais prejudicados em Portugal.
Portos de Lisboa e Setúbal afectados pela escassez de contentores
A pandemia despoletou uma cronologia de eventos que terminou numa sistémica e globalizada escassez de contentores para o transporte de mercadorias – grande parte destes equipamentos encontra-se parada nos principais portos chineses ou a viajar vazios para vários destinos ocidentais. Em Portugal, os portos de Lisboa e Setúbal encontra-se os que mais constrangimentos têm enfrentado devido a esta situação deficitária.
De acordo com uma reportagem do ‘Correio da Manhã’, os constrangimentos afectam os contentores de menores dimensões; também a diminuição das operações no transporte aéreo (o segmento que, no contexto do transporte, foi mais afectado pela pandemia de COVID-19) tem também aumentado a pressão nestes envios por via marítima. A indústria metalúrgica e metalomecânica tem sido uma das afectadas.
Custo do contentor disparou, reporta a associação AIMMAP
Segundo a reportagem, o porta-voz da associação do sector (AIMMAP), Rafael Campos Pereira, exemplifica que, a partir do porto de Leixões, via Roterdão, «um contentor de 40 pés HC [um dos formatos mais utilizados] para a China custava, em Novembro de 2019, 1.550 dólares, e agora custa 4.375 dólares» – um aumento de custos que é completamente insuportável para grande parte das empresas.
Os dados mais recentes publicados pelo INE, referentes a Outubro de 2020, mostraram as importações a cair cinco vezes mais do que as exportações (11,8% e 2,2%, respectivamente) em termos homólogos. As vendas ao exterior foram principalmente arrastadas pelos fornecimentos industriais, enquanto os combustíveis e lubrificantes e o material de transporte foram as principais rubricas das compras a diminuir nesse período.
Fonte: Correio da Manhã e Jornal de Negócios