Para a consultora Drewry, o pior poderá mesmo já ter passado no que toca ao sector de transporte marítimo contentorizado: depois da tormenta que foi 2016, com fretes em níveis historicamente baixos e uma exposição do mercado ao flagrante excesso da oferta, 2017 deverá ser um ano de parcos ganhos para a maioria das transportadoras marítimas, longe, ainda assim, do cenário negro que pautou o ano transacto.

Inicialmente, a consultora britânica estimava que as perdas operacionais atingissem, em 2016, 5 mil milhões de dólares, mas um último trimestre sorridente (que superou as expectativas) levou a que as perdas operacionais se ficassem, na óptica da Drewry, pelos 3,5 mil milhões; as taxas de frete continuam a subir lentamente e os níveis da procura também demonstram uma recuperação positiva durante 2017.

Ainda assim, a consultora avisa que este ténue reequilibrar do mercado é passível de se desmoronar ao mínimo contratempo: para tal bastará um repentino aumento dos ‘custos bunker’ ou um adensar da guerra das taxas de frete nos corredores comerciais mais cruciais, para condenar os operadores de transporte contentorizado a mais um ano de perdas.